Contexto: Estima-se que o Brasil se torne em 2030 a quarta economia do mundo. No entanto, apesar de alguns avanços económicos, as desigualdades persistem: mais de 18 milhões de brasileiros vivem abaixo do limiar da pobreza e o país ainda está classificado na 85ª posição do índice de desenvolvimento humano das Nações Unidas, com fraquezas nomeadamente nos domínios da saúde e da educação. As adolescentes e as jovens mulheres brasileiras são muitas vezes confrontadas, quando crescem, com dois grandes obstáculos: o casamento e a gravidez precoce. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Brasil é o quarto país do mundo em número absoluto de meninas casadas ou vivendo com o seu parceiro antes dos 15 anos de idade: 877 000 jovens mulheres com idade dos 20 aos 24 anos declaram ter-se casado antes dos 15 anos (11 %), e estima-se que 36 %, quase três milhões de mulheres, se casaram antes dos 18 anos. Paralelamente, a taxa de gravidez nas adolescentes brasileiras é de 18 % e pode chegar aos 31 % em algumas comunidades pobres, não educadas e rurais. O casamento de crianças constitui no entanto uma violação dos direitos fundamentais das meninas, limitando as suas possibilidades educativas e económicas. Estudos mostram que 58 % das meninas raramente ou nunca voltam para a escola depois de ter um filho. Esta percentagem aumenta quando elas se casam. A não escolarização das meninas impede-as de sair da pobreza e esta situação tem tendência a perpetuar-se para a próxima geração, pois uma menina não educada não compreende o interesse de dar aos seus filhos uma educação de qualidade. No entanto, cada ano passado por uma menina nos bancos da escola aumenta o seu futuro rendimento de 10 a 20 %. O projeto
Contexto: Estima-se que o Brasil se torne em 2030 a quarta economia do mundo. No entanto, apesar de alguns avanços